15 de jun. de 2010

APOSTANDO TODAS AS FICHAS



Li o primeiro período da notícia que estou postando abaixo e de primeira me fiz aquela pergunta com a qual temos deparado durante o semestre: Será? Será mesmo?

"O vice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro João Oreste Dalazen, afirmou que a implantação do processo eletrônico, “mais do que qualquer lei ou código”, provocará uma revolução silenciosa – a verdadeira e profunda reforma do Poder Judiciário. "


Acompanhem meu raciocínio: ao contrário do que afirmou o Min. Dalazen, será que a simplificação das leis e dos códigos processuais e o investimento em políticas institucionais de gestão de informações e documentos efetivas não seriam uma ação de preparação, algo como construir os fundamentos para a implantação do processo eletrônico? E consequentemente para o seu sucesso?

Alguém deixa de ser desorganizado ao trocar papel por HD? A questão da mídia física é que ela reflete materialmente essa desorganização, a incongruências dos procedimentos, o arcaismo das leis; a causa de os processos se acumularem, ocuparem espaço físico desordenadamente e consumirem valores astronômicos em sua gestão é que nosso sistema jurídico contribui para que as ações judiciais se arrastem por anos a fio e se acumulem umas sobre as outras. Então podemos jogar um componente tecnológico sobre tudo isso e chamarmos de revolução? Apostar todas as fichas na inovação do processo eletrônico, será ele algo tão poderoso assim? Sem a revisão das leis e códigos processuais e implantação de políticas institucionais de informação, vejo o perigo de se estar (mesmo que inconscientemente) varrendo a sujeira para debaixo do tapete, ou melhor, debaixo dos HD's. E essa é uma opinião que nem tem a ver com o fato de estar estudando o tema no mestrado de CI, é muito mais uma preocupação de cidadão, que muito em breve terá o acesso ao poder judiciário mediado pelo processo eletrônico.

Vale a leitura da notícia na íntegra e reflexão sobre o discurso institucional.

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15/06/2010
Processo eletrônico será a verdadeira reforma do Poder Judiciário, afirma ministro Oreste Dalazen


O vice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro João Oreste Dalazen, afirmou que a implantação do processo eletrônico, “mais do que qualquer lei ou código”, provocará uma revolução silenciosa – a verdadeira e profunda reforma do Poder Judiciário. A declaração foi feita durante solenidade de abertura do I Congresso Brasileiro sobre Processo Judicial Eletrônico Trabalhista, em Campina Grande (PB), no dia 7 de junho. Após revelar-se “um entusiasta do processo eletrônico”, o ministro Dalazen disse que a informatização do processo judicial será a saída, “a verdadeira tábua de salvação para a Justiça enfrentar a crônica e angustiante lentidão de que padece”. Citando Ruy Barbosa, exultou: “Justiça tardia não é justiça, senão injustiça qualificada e manifesta”. O congresso, promovido pelo Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região (PB), foi realizado no auditório da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep), no período de 7 a 9 de junho, e contou com a presença de magistrados, administradores e especialistas em Tecnologia da Informação.

Na palestra de abertura, o ministro Dalazen disse ser auspicioso constatar que os Tribunais Regionais do Trabalho partiram para soluções próprias, a exemplo do TRT da Paraíba, que marcou seu pioneirismo com a implantação da primeira Vara do Trabalho totalmente eletrônica no país, em Santa Rita, e ampliou para outros municípios, culminando com a inauguração da Vara Eletrônica do Fórum de Campina Grande, “experiência que também foi adotada na 18ª Região (GO)”. Ao fazer uma retrospectiva do processo eletrônico no âmbito da Justiça do Trabalho, ele lembrou que, diante do rompimento do convênio firmado com o Serpro para desenvolver o Suap (Sistema Unificado de Acompanhamento Processual), o TST e o Conselho Superior da Justiça do Trabalho decidiram direcionar esforços para adaptar sistemas já desenvolvidos por outros órgãos do Poder Judiciário, visando o processo eletrônico integrado em todos os órgãos do judiciário trabalhista. Como um dos desdobramentos dessa decisão, citou o termo de cooperação assinado em 29 de maio o Processo Judicial Eletrônico (PJe), mediante convênio com o Conselho Nacional da Justiça, que envolveu também Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho.

No âmbito do TST, o ministro informou que o Tribunal voltou-se ao desenvolvimento, com recursos próprios, de um sistema para ser aplicado nos processos de agravos de instrumento e recursos de revista, que resultou no E-Sij. Informou que, segundo estimativas da Presidência do Tribunal, o sistema E-Sij, além de contribuir para a celeridade processual, proporcionará economia anual da ordem de R$ 11 milhões, entre despesas com correios, mão de obra terceirizada, mensageiros, grampos e outros materiais. “A primeira etapa do E-Sij, iniciada em outubro de 2009, constituiu-se na implantação do processo eletrônico em relação aos processos de competência delegada a Presidência do TST. Hoje, milhares de agravos de instrumentos e recursos de revista são digitalizados no TST e julgados pela Presidência do TST. Como resultado – de outubro de 2009 a maio de 2010 (últimos dados atualizados), mais de 11 mil processos tramitaram na presidência.

Recentemente, a presidência anunciou que a partir de 2 de agosto próximo o E-Sij estará implantado de forma integral no TST – o que significa que a partir de então haverá, entre outras inovações, a autuação eletrônica, distribuição eletrônica e tramitação eletrônica de todos os processos no TST – a exemplo do que já ocorre no CSJT. Também não haverá mais remessa de autos físicos – processos em papel – de recursos de revista ou agravo de instrumento – dirigidos ao Tribunal Superior do Trabalho”.


fonte: http://ext02.tst.gov.br/pls/no01/NO_NOTICIASNOVO.Exibe_Noticia?p_cod_area_noticia=ASCS&p_cod_noticia=10878


ps. acessem a fonte e assistam o vídeo, é bem interessante.

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